terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A arrogância segundo os medíocres

Olá povo!

Estava eu no FB olhando minha TL e dei de cara com esse texto postado pela amiga Cássia França e resolvi dividir com vcs!

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“Adorei o seu sapato”, disse uma amiga para mim certa vez.

“Legal, né? Eu comprei em uma feira de artesanato na Colômbia, achei super legal também”, eu respondi, de fato empolgada porque eu também adorava o sapato. Foi o suficiente para causar reticências  quase visíveis nela e no namorado e, se não fosse chato demais, eles teriam dado uma risadinha e rolariam os olhos um para o outro, como quem diz “que metida”. Mas para meia-entendedora que sou, o “ah…” que ela respondeu bastou.

Incrível é que posso afirmar com toda convicção que, se tivesse comprado aquele sapato em um camelô da 25 de março, eu responderia com a mesma empolgação “Legal, né? Achei lá na 25!”. Só que aí sim eu teria uma reação positiva, porque comprar na 25 “pode”.

Experiências como essa fazem com que eu mantenha minhas viagens em 13 países, minha fluência em francês e meus conhecimentos sobre temas do meu interesse (linguística, mitologia, gastronomia etc) praticamente para mim mesma e, em doses homeopáticas, comente entre meu restrito círculo familiar e de amigos (aquele que a gente conta nos dedos das mãos).

Essa censura intelectual me deixa irritada. Isso porque a mediocridade faz com que muitos torçam o nariz para tudo aquilo que não conhecem, mas que socialmente é considerado algo de um nível de cultura e poder aquisitivo superior. E assim você vira um arrogante. Te repudiam pelo simples fato de você mencionar algo que tem uma tarja invisível de “coisa de gente fresca”.

Não importa que ele pague R$ 30 mil em um carro zero, enquanto você dirige um carro de mais 15 anos e viaja durante um mês a cada dois anos para o exterior gastando R$ 5 mil (dinheiro que você, que não quer um carro zero, juntou com o seu trabalho enquanto ele pagava parcelas de mil reais ao mês). Não importa que você conheça uma palavra em outra língua que expressa muito melhor o que você quer falar. Você não pode mencioná-la de jeito nenhum! Mas ele escreve errado o português, troca “c” por “ç”, “s” por “z” e tudo bem.

Não pode falar que não gosta de novela ou de Big Brother, senão você é chato. Não pode fazer referência a livro nenhum, ou falar que foi em um concerto de música clássica, ou você é esnobe. Não ouso sequer mencionar meus amigos estrangeiros, correndo o risco de apedrejamento.

Pagar R$200 em uma aula de francês não pode. Mas pagar mais em uma academia, sem problemas. Se eu como aspargos e queijo brie, sou “chique”. Mas se gasto os mesmos R$ 20 (que compra os dois ingredientes citados) em um lanche do Mc Donald’s, aí tudo bem. Se desembolso R$100 em uma roupa ou acessório que gosto muito, sou uma riquinha consumista. Mas gastar R$100 no salão de cabeleireiro do bairro pra ter alguém refazendo sua chapinha é considerado normal. Gastar de R$30 a R$50 em vinho (seco, ainda por cima) é um absurdo. Mas R$80 em um abadá, ou em cerveja ruim na balada, ou em uma festa open bar… Tranquilo!

Meu ponto é que as pessoas que mais exercem essa censura intelectual têm acesso às mesmas coisas que eu, mas escolhem outro estilo de vida. Que pode ser até mais caro do que o meu, mas que não tem a pecha de coisa de gente arrogante.

O dicionário Aulete define a palavra “arrogância” da seguinte forma:

1. Ação ou resultado de atribui a si mesmo prerrogativa(s), direito(s), qualidade(s) etc.

2. Qualidade de arrogante, de quem se pretende superior ou melhor e o manifesta em atitudes de desprezo aos outros, de empáfia, de insolência etc.

3. Atitude, comportamento prepotente de quem se considera superior em relação aos outros; INSOLÊNCIA: “…e atirou-lhe com arrogância o troco sobre o balcão.” (José de Alencar, A viuvinha))

4. Ação desrespeitosa, que revela empáfia, insolência, desrespeito: Suas arrogâncias ultrapassam todo limite.

Pois bem. Ser arrogante é, então, atribuir-se qualidades que fazem com que você se ache superior aos outros. Mas a grande questão é que em nenhum momento coloco que meus interesses por línguas estrangeiras, viagens, design, gastronomia e cultura alternativa são mais relevantes do que outros. Ou pior: que me fazem alguém melhor que os outros. São os outros que se colocam abaixo de mim por não ter os mesmos interesses, taxar esses interesses de “coisa de grã-fino” (sim, ainda usam esse termo) e achar que vivem em um universo dos “pobres legais”, ainda que tenham o mesmo salário que eu. E o pior é que vivem, mesmo: no universo da pobreza de espírito.

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!!! Fonte !!!

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Ótimo né?

É pra pensar msm, espero q tenham curtido.

Bjos...

M.

7 comentários:

  1. é realmente ótimo! Porém acredito que a autora se contradiz um pouco quando diz que nao se acha superior aos outros, pois ela afirma de uma forma superior que gastar tanto em vinhos é frescura, já gastar mais em uma cervejada ruim é normal. Mas eu entendo o que ela quis dizer,eu realmente gostei muito do texto e estou passando por situaçoes semelhantes, pois acabo de me mudar pro Canada, e tem gente que acha que estou metida, que mudei pra ca e fiquei rica... e nao é nada disso! rss Beijao!!!

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  2. Fantástico!
    Adorei, adorei...bjs
    Dai

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  3. nossa é perfeito! eu estava pensando nisso esses dias. Eu fico muito chateada de essas coisas acontecerem comigo. As pessoas colocam um título na gente, como se a gente fosse diferente, e eu não entendo o porque de dizer "fulano é boy!", e ainda com entonação negativa. E ODEIO quando falam que eu sou boy, acho isso o cumulo do ridiculo e chega a me ofender. Muitas pessoas defendem que usar coisas baratas, e viver de uma forma simples é que é de valor, e ser um pouco mais favorecido é feio, nojento, etc. Taxam todos da mesma forma, sem nem saber se a pessoa é boa ou não, já vao logo dizendo que é arrogante e metido. Eu já vi muita gente julgada como simples ser beeeeeemmmm mais metido, fresco e arrogante do que muita gente rica. E me chateia muito também pensar que a maioria das pessoas que fazem isso são, na verdade, invejosas. Maycon, desculpa o desabafo! Seu post veio em boa hora, ando bem chateada com isso.
    bjo, AMO vc!

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  4. Nossa!! sambou na cara de muita gente..
    Mas acho q é preciso ser egoista e dizer oq vc fez, faz ou quer fazer sim, independente de ser arrogante ou nåo, assim vc seria mais honesta consigo mesmo e se as pessoas quiserem estar ao seu redor por vc ser assim, ótimo! se nåo otimo tambem, afinal de contas as pessoas que realmente te conhecem sabem oq vc é. E isso basta..

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  5. Vi um vídeo seu agr no youtube, e vir dar uma olhada no blog e me deparo com esse texto MARAVILHOSO, sei exatamente o que é isso, ser taxada como a FRESCA por pessoas que julgo ignorantes! Ameeeeeeeeeeeeeei o blog, já to seguindo e estarei sempre por aqui! bjsssss

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  6. Ola Maycon, acompanho você ha algum tempo. Aprendi muita coisa de maquiagem com os seus videos, ou ao menos tentei aprender. Não sou muito de deixar comentários pois creio que a tua vida seja tao corrida que não quero ser mais uma "torrando o saco", mas de todos os videos, eu amo a introdução do Vlog, Verias com o batom snob. Devo ter visto aquela introdução umas 1.000 vezes. Eu também odeio aquele batom, para mim foi o erro da M.A.C. lançar "aquilo", mas eu entendo que eles tem que agradar a todas as pessoas (prefiro pensar assim). Sempre fiquei calada, pois tinha medo de levar um tapa se dissesse que não gostava sendo que as meninas aqui na Suíça adoram esse batom. Resumindo a opera, assistir a essa introdução me libertou a alma e eu passei a dizer com todas as letras que este batom é HORRÍVEL!!! Ai, que desabafo!!! Bjao te curto, te sigo e te admiro. Eu também tenho blog, mas esquece, minha intenção não é fazer propaganda, mas sim te agradecer pelo que você é. Um bjao, muito sucesso ainda por vir, pois você merece. Elisa

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  7. É a primeira vez que leio seu blog e me deparar com um texto desta qualidade me fez gostar ainda mais! Compactuo com a opinião da autora do texto!
    Bjos,
    Adriana

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Olha lá o q vai falar einh? kkkkkkkkkkkkk Brincadeira, obrigado pelo coment! Bjão! M.